segunda-feira, 15 de setembro de 2008

DORMIR NO PONTO - 1

Rubem Leite – ppgasp@gmail.com

Ofereço a Aparecida Dionísio de Pinho,
mais conhecida por Cida Pinho, grande poeta mineira.

Quem nunca dormiu no ponto que me atire a primeira pedra, porque eu já dormi. Quantas oportunidades deixei passar. No trabalho e de trabalho. No meio ambiente. No amor. E tantos outros.
Outra coisinha: A grande poeta Nena de Castro, pessoa que muito respeito e gosto, disse, ao ler o presente texto, que isso não é literatura e sim palestra. É verdade que não é literatura, mas não sei se é palestra. Ao escrever não estava pensando em fazer literatura e menos ainda pensei em dar “receitas” seja médica ou caseira. A única coisa que pensei foi compartilhar o que sei com você que me lê. Espero que goste, que tenha uma boa leitura e o que texto lhe seja útil. Muito obrigado!
Mas tem um dormir no ponto que é bem legal. O sono.
Li em algum lugar uma antiga revista falando sobre o sono natural e narcose, erroneamente chamado de sono provocado. A narcose paralisa o cérebro impedindo ou dificultando o metabolismo e provocando a perda do conhecimento. Já o sono, que é natural, é ativo, não paralisando o cérebro. Durante o sono o organismo recupera o que gastou e desgastou até então e cria a energia que vai utilizar durante o próximo período desperto. O que não acontece com a narcose.
Para dormir bem vão algumas sugestões que estou aprendendo e pondo em prática:
Procure deitar e levantar sempre no mesmo horário, inclusive sábados, domingos e feriados. O nosso corpo adquire memória. Sim, isso mesmo. O corpo também e não apenas o cérebro. Cada músculo e célula guardam informações por eles apreendidos. É assim que andamos sempre do mesmo modo, por exemplo. Se geralmente a pessoa deita às 23h e levanta às 07h, mas por algum motivo teve que deitar às 02h deve se levantar às 07h. Por quê? O ritmo cíclico do corpo não é perdido, dando energia para continuar o dia e nem atrapalhando as noites de sono seguintes. Se durante os “dias úteis” dorme cedo e acorda cedo e nos fins de semana modifica o horário deve ter reparado que a segunda-feira é sempre infernal para acordar, mas se conserva o horário a semana toda fica boa. Sei que para nós, artistas, é difícil criar esse hábito, afinal, o nosso trabalho é quase sempre noturno, mas será que é tão difícil assim criar algo próximo dum horário fixo. O ideal é dormir de noite e “viver” de dia, é claro, mas se é preciso inverter e se geralmente o trabalho encerra, digamos 03h da manhã, então que crie o costume de deitar para dormir, digamos, às 05h. “Programando o seu relógio biológico”.
Outra coisa, procure desenvolver um “ritual” de sono ou mantenha o que já tem, por exemplo, rezar/orar ante de dormir, tomar um banho morno (quente ou frio ativam o corpo atrapalhando o sono), olhar se as portas e janelas estão fechados ou algum outro “rito”.
Mas exercícios físicos pesados momentos antes de se deitar atrapalham o sono por ativarem a adrenalina. Bebida alcoólica também atrapalha o sono por atacar o sistema nervoso deixando-o “mais nervoso ainda”. Uarrarrá! O vinho, por exemplo, que eu amo (vai aí uma sugestão de presente para mim: vinho seco, mas é para eu tomar durante o dia. Viu?! Uarrarrá!) dá soninho, mas umas 03h depois deixa bravo qualquer sistema nervoso.
Se precisar de alguma “ajuda” externa, compre maracujá, abra e chupe suas sementes. É azedinho e gostoso. Ou então pegue uma colher (de sopa) de mel e o misture em um copo d’água e tome. Mais ou menos uma hora depois, em ambos os casos, surgirá uma leve vontade de dormir. Então deite, durma e boa noite. Procure fazer isso mais ou menos perto do seu horário de dormir. Mas dê sempre preferência ao sono sem nenhuma ajuda externa.
Flexibilidade é importante, mas não a confunda com desregrado. Crie os seus hábitos de sono, pois o nosso mundo opera numa escala natural e regular. O cotidiano não é chato. Chato é não gostarmos dele e fazermos tudo sempre igual, sem criatividade. Cotidiano não é mesmice. Levantar e olhar para a janela ao acordar e se deixar emocionar com o dia, seja ensolarado ou chuvoso. Sim, isso mesmo. Se deixar emocionar, pois ao contrário do que muitos pensam, emoções não depende do que está fora e sim do modo que conscientemente encaramos as coisas e pessoas. Depressão se cura com as seguintes regras: sorrir, mesmo sem vontade. Quando sorrimos o nosso cérebro é ativado produzindo “poções mágicas” (enzimas e hormônios) dando-nos boas sensações. Procure ver o lado bom. Se está chovendo, já observou que tem sua beleza? Se está ventando admire a “dança” das árvores. Se está ensolarado, bem aí todos já sabem. E o mais importante remédio para a depressão é abrir mão do egoísmo e se dedicar ao bem do próximo por gratuidade, sem esperar nem mesmo reconhecimento. Simplesmente se doar. Como eu sei? Por experiência própria. Se duvida vá à Seicho-No-Ie ou a um psicólogo e pergunte.
Abraços e nosso bate-papo continuará mais tarde. Até a próxima.
Para outras informações sobre o sono natural espere o meu texto Dormir no Ponto – 3.

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Além do que tirei da memória e de alguns trechos indicados no próprio texto pesquisei na revista Fonte de Luz, nº 311, de novembro de 1.995.

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